2019
parece mesmo ter vindo com tudo! O ano mal começou e nossos filósofos
descobriram feito inédito: não só a Terra é quadrada como também a Lua! Esta
última, ainda que a vejamos em forma esférica - afirmam filósofos da estirpe de
Olavo de Carvalho -, tudo não passa de ilusão de ótica, ou seja, somos
enganados por nossos próprios olhos em razão dos diferentes matizes da luz que
incidem nas nossas retinas. Estas, como resultado da imensa onda de otimismo
que embala o novo ano ao sul do Equador, já são vistas de outra forma: planas,
assumiram ângulos geométricos e perderam a esfericidade, especialmente depois da
tão considerável descoberta que mencionei acima. A razão, afirmam muitos dos 57.796.986 de brasileiros que
corroboram tal ideia, é que só não notamos antes o
quadratífero da Terra, da Lua e da retina, por causa dos espelhos, até hoje
produzidos a partir de teorias ultrapassadas, sustentadas por uma cultura
baseada em monstruosas falsificações histórico-científicas.
A
ciência precisa ser revista desde a sua base. Não é possível que cientistas de
países periféricos como Israel, Europa e Estados Unidos não tenham se dado
conta de que a “época da modernidade científica está encerrada”! Felizmente, o
Altíssimo olhou para nosso torrão piramidal (isto sou eu que estou dizendo,
conspurcado por algum agnosticismo que, quiçá, convertido, dele logo me
livrarei) e nos iluminou em sete dias, assim como criou todas as criaturas e coisas.
É provável, afirmam muitos dos signatários das novas ideias, que ainda este ano
tenhamos nosso primeiro Nobel. Outros vão mais além e, esperançosos, arriscam
que a honraria será destinada a uma brasileira que, vestida de rosa, haverá de brandir
o prêmio diante dos monarcas na Academia Sueca! Será o início de uma nova era,
uma revolução na ciência e nas sociedades que adotarem o sistema brasileiro dos
cientogiosos. Sim leitor, com a graça divina haveremos de introduzir tal
neologismo não só no Houaiss e no Aurélio - porque isto é, convenhamos, fichinha,
algo que com uma Medida Provisória está feito -, mas principalmente no Larousse, Le Robert, Oxford, Devoto/Oli, Zingarelli...e por aí vai.
Hoje
tudo está mais claro. Só não notamos nossa excepcionalidade porque, como
papagaios, ficamos a repetir uma mentalidade racionalista-cientificista cuja
origem está na Renascença, no cartesianismo, em Francis Bacon, mas logo esta
mentalidade estará morta, uma vez que todo o esforço para mantê-la de pé,
afirma o cientogioso O. de Carvalho, só foi possível à custa de uma fraude
epidêmica por parte de cientistas e estudiosos.
Não
por outra razão, devemos deixar de papaguear expoentes de países periféricos
como Newton, Darwin, Einstein, e olhar para os pastos e as goiabeiras, de onde
vem nossa tradição. É de lá que vem Damares, prenome arcádico, de origem grega,
cujo significado é ‘vaca, novilha’ e que ora designa a grande dama que
corrobora as teorias do grande mestre O. de Carvalho, mentor dos novos tempos.
Damares, em mais um vídeo divulgado hoje, explica as razões pelas quais a
igreja evangélica, seita na qual é pastora, perdeu espaço na história: “Nós
perdemos o espaço na ciência quando nós deixamos a teoria da evolução entrar
nas escolas, quando nós não questionamos, quando nós não fomos ocupar a
ciência.” E, completou a ministra: “A igreja evangélica deixou a ciência para
lá. Vamos deixar a ciência sozinha, caminhando sozinha. E aí, os cientistas
tomaram conta dessa área e nós nos afastamos.”
2019
veio com tudo! Felizmente vamos reescrever a história! Onde já se viu
cientistas ocuparem-se de ciência!? No outro front, o ministro da marinha acaba de revelar que o Brasil lutou ao
lado dos Estados Unidos nas três Guerras Mundiais. Vejam, leitores, os
racionalistas cientificistas sonegaram-nos até mesmo relatos de um dos três grandes
conflitos. Quantas narrativas, quantos dramas, quantos romances proibidos,
quantas separações, quanto sangue, quantas tragédias inspiradoras para a
literatura e a pintura não nos surripiaram! É bem provável que não nos tenham
tornado pública a Terceira Guerra Mundial para camuflarem algum invento que deu
errado, algum gás, sei lá, algo que tenha se espalhado pelo ar e seja a razão
de tantos meninos apreciarem o rosa e tantas meninas o azul. Deus! Tende
piedade de todos nós! Ilumine-nos mais e mais, a cada dia, nos próximos sete e
em mais sete dias, setenta vezes sete! Permita que o mundo veja a mesma luz que
ora nos ilumina, esclarecei a todos ó Senhor! Amém!
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