Revista Philomatica

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Zadig et Voltaire, de Frédéric Lefebvre

E a bola da vez na internet foi o senhor Frédéric Lefebvre, Secretário de Estado do Comércio, da França. O vídeo em que ele aparece declarando ao LeFigaro.fr qual é o seu livro de cabeceira bombou na rede. Trata-se nada mais nada menos da célebre obra clássica Zadig et Voltaire. Ops! Não seria Zadig, de Voltaire?
Convencido da importância do livro em sua vida, Lefebvre afirma: "É uma lição de vida, mergulho nele muito frequentemente". A confissão ocorreu por ocasião da Journée du livre politique. Logo, a gafe do secretário, que transformou o conto filosófico de Voltaire em marca de prêt-à-porter, foi parar na rede e está disponível em dezenas de sites e blogs.
Quanto à obra do Secretário de Estado, trata-se de Le mieux est l'ami du bien, Éditions du Cherche Midi, apresentada ao longo da journée, e que acaba de ser selecionada para o Prix Edgar Faure, que premia o melhor livro político literário do ano.
A origem de certas passagens de seu livro já tinham, há alguns dias atrás, criado certo burburinho na rede. O livro inclui passagens e explicação técnicas, muitas das quais, afirma-se, escritas através da técnica copiar-colar da Wikipedia, e, um ou outro trecho, da Agence France-Presse, diga-se, em ambos os casos, sem qualquer menção de seus autores, como reconhece sua editora.
Numa saída à francesa o Secretário afirma: "L'origine des citations figure expressément dans le livre. Celles qui ont échappé à ma vigilance seront réintégrées par l'éditeur lors de la réimpression" (A origem das citações aparece expressamente mencionada no livro. Aquelas que escaparam à minha atenção serão reintegradas pelo editor à época de uma reimpressão).
De fato, quanto ao seu livro favorito, a confusão de Lefebvre foi mínima: o Secretário trocou um de por et, e com isso citou a rede de lojas prêt-à-porter para mulheres chamada Voltaire et Zadig. Foi o suficiente para que internautas brincassem com o falha do Secretário.
Quanto ao copiar-colar, se fosse na USP, ah! o Rodas, sem dúvida, mandaria para casa (rsrsrs).
Algumas sugestões dos internautas para livros de cabeceira:

. La vache qui rit, de Victor Hugo . L'Audi 7, de Homère . Auchan en emporte le vent, de Margaret Mitchell . L'assassin habite au Century 21, de S.A. Steeman . Triste Tropicana, de Claude Lévi-Strauss . Le Spécial K, de Dino Buzzati . Le désert des steaks tartares, de Dino Buzzati . Le Cidre, de Corneille . En rouge et noir, de Stendhal . Ainsi parlait Zara, de Nietzsche . Les justes prix, d'Albert Camus . Les frères Bogdanov, de Dostoïevski . L'école des fans, de Molière . Le Monde selon Gap, d'Irving . Le dernier livre, de Christine Mango . Ushuaïa, mon amour, de Duras . Les Versace sataniques, de Rushdie . Les Fables de Bataille et Fontaine . Les Misérables, de Hugo Boss . Omelette, de Shakespeare . Alpha Roméo et Juliette, de Shakespeare . Légumes du jour, par Boris Viande . La possibilité d'une île flottante, de Michel Houellebecq (variante fumeuse : La possibilité Dunhill) . Philippe Bouvard et Pécuchet, de Flaubert . On ne badine pas avec Zemmour, d'Alfred de Musset . 1664, de George Orwell . Le Malade Imagin'R , de Molière.

E la nave va...

Imagens: 1) Cartaz da Zadig et Voltaire; 2) Raymond Savignac (1907-2002), caricature de Voltaire sur l'affiche annonçant une exposition de Voltaire à la Bibliothèque nationale, 1979.(Musée de la publicité, Paris).


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